Planejamento Estratégico no Cuidado: O Design Thinking como Ferramenta na Área da Saúde
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- 4 de abr. de 2024
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Por: Mariana de Luna
O Design Thinking é uma ferramenta de abordagem prática, que esquematiza soluções para problemas complexos com métodos multidisciplinares. Tendo sua origem na área de design, mantém como princípio melhorar as experiências dos clientes e suprir suas necessidades, e faz isso baseado em quatro princípios. Eles são a empatia, a colaboração, o otimismo e a experimentação. Juntos, voltam o foco para trazer soluções baseadas na escuta ativa e que tenham como centro as pessoas, reunir diferentes atores para incluir diferentes olhares, trazer a certeza de que alguma mudança será feita e entender o erro como parte do processo de aprendizagem e como ferramenta de prototipagem até o alcance do modelo ideal.
Portanto, independente de sua origem, a metodologia não carrega vieses setoriais, e pode beneficiar qualquer área de atuação que procure reunir as etapas de desenvolvimento e de intervenção nas melhorias feitas, para possibilitar que mudanças sejam projetadas, planejadas e implementadas e que seus resultados surtam efeito para toda a estrutura de gestão que será beneficiada.
Por isso, sabendo da complexidade dos desafios e necessidade de inovações contínuas enfrentadas na área de saúde, a utilização do Design Thinking surge como um recurso imprescindível. Atualmente, a ferramenta já foi aplicada em diversos contextos no setor, e gerou tanto para as redes privada e pública, resultados muito oportunos para uma prestação de serviços e processos mais eficiente e otimizada. Os exemplos, de maneira geral, pensam em como fazer com que as melhorias cheguem aos profissionais da saúde, provedores, pacientes, familiares, administradores, entre outros atores. Assim, se espera atingir efeitos que estabeleçam e um maior engajamento com o cuidado com a saúde. Alguns exemplos são:
Centralização de prontuários: Congregar os dados dos pacientes em um único banco de dados é uma estratégia vinda da lógica Design Thinking. A melhoria reduz o nível de burocracia da tarefa, barrando o retrabalho, economizando tempo e gastos.
Identificação de sinais de deterioração clínica dos pacientes: Transformando para inovador e intuitivo o acesso e projeções dos estados fisiológicos dos pacientes em Unidades de Terapia Intensiva para os enfermeiros, foi possível realizar detecções mais pontuais e ágeis sobre estes estados, melhorando o suporte aos profissionais e não interferindo na carga de trabalho já antes estabelecida.
Aplicativo para orientar médicos na detecção e pontuação da gravidade da doença do enxerto versus hospedeiro: Esta síndrome, que acomete pacientes transplantados de medula óssea, possuía protocolo em papel, o que tornava o diagnóstico lento e muitas vezes impreciso com a gravidade de cada caso. Com a ferramenta tecnológica, foi possível instrumentar a detecção e diagnóstico, fornecendo e centralizando as melhores informações sobre a síndrome e sua jornada necessária para cada paciente.
Gerenciamento de doenças cardiovasculares: Este grupo de Doenças Crônicas Não Transmissíveis necessita de acompanhamento próximo e constante na jornada dos pacientes diagnosticados, e por isso, foi implementada uma ferramenta de saúde móvel, que permitiu aos profissionais de saúde, atualizar e acompanhar os casos com um nível de familiaridade tecnológica adequado e consistente.
Implementação de programas preventivos: A prevenção na saúde é uma estratégia de cuidado essencial, que quando se alinha aos programas de saúde em operação, consegue reduzir a evolução do número de casos e de índices de doenças crônicas. Também, com práticas preventivas, se reduz os custos com tratamentos que não serão mais necessários pelo cuidado prévio.
Mudanças de processos de sistemas: As mudanças na perspectiva na gestão e sistemáticas, promovem mudanças constantes e que melhoram toda a estrutura do sistema de saúde. Exemplos disso são a otimização nos processos de transferência de enfermagem e dos alertas de interação medicamentosa dos pacientes.
Portanto, é evidente que ações inovadoras no setor da saúde priorizam, no geral, uma boa e estável relação médico-paciente, um bom tempo resposta para a autorização de exames, cirurgias e consultas, priorização de uma jornada do paciente completa e o estabelecimento de ambientes acolhedores no cuidado. Por isso, ter o auxílio de atores diversos para a construção de soluções transversais e eficazes é essencial. Isso permite estabelecer uma lógica construtivista, que inclui o papel observador como um know-how para a capacidade de respostas. Para mais informações a respeito do assunto ou ajuda em casos específicos entre em contato com a Liga de Gestão em Saúde!
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Referências:
LILIAN. Design thinking na saúde: como pode ser aplicado e quais os benefícios? Disponível em: <https://hcxfmusp.org.br/portal/online/design-thinking-na-saude/>. Acesso em: 1 abr. 2024.
IBES, G. Como o Design Thinking tem sido aplicado na área da saúde? Disponível em: <https://www.ibes.med.br/como-o-design-thinking-tem-sido-aplicado-na-area-da-saude/>. Acesso m 1 abr. 2024.
Design thinking na gestão de saúde: quais os benefícios e como usar? Disponível em: <https://sharecare.com.br/blog/design-thinking-saude/>. Acesso em: 2 abr. 2024.
Qual é a importância do design thinking na gestão da saúde? Disponível em: <https://blog.hcentrix.com/design-thinking-na-gestao-de-saude/>. Acesso em: 3 abr. 2024.
AZEVEDO, W. Doença enxerto versus hospedeiro aguda A- GVHD. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, v. 32, p. 16–21, maio 2010.




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